segunda-feira, 16 de abril de 2012

“NUNCA TINHA VISTO A MORTE TÃO DE PERTO"


O policial militar Márcio Ribeiro Bertolino, 37 anos, estava na viatura que foi alvejada pelos assaltantes da agência do Banco do Brasil em Dom Feliciano, na madrugada de sábado. Com ferimentos no olho e no braço esquerdos, ele não deixou de prestar a última homenagem ao colega Paulo Roberto Ribas, que morreu durante o confronto com os bandidos e foi sepultado na manhã de ontem, em Pelotas. Ainda muito abatido, Márcio Bertolino contou a Zero Hora como tudo aconteceu: Zero Hora – Como foi o momento em que vocês encontraram os assaltantes? Márcio Bertolino – Estávamos na estrada que liga Dom Feliciano a Encruzilhada do Sul, nos deslocávamos em direção a Encruzilhada e eles estavam voltando. Paramos a viatura e eles vinham. Era um Gol antigo, nem pensamos que fossem eles, até porque em assaltos geralmente eles usam carros mais potentes. Só que eles nos viram e deram volta. E nós seguimos eles. Ficamos a uma distância de cem metros e percebemos fogos saindo pelas janelas do carro deles. Eles abriram fogo contra nós. ZH – Qual foi a reação de vocês quando perceberam que eram os assaltantes? Bertolino – Trocamos tiros com eles. Até que um tiro deles atingiu a nossa viatura. Estava o motorista e eu na frente e o Ribas no banco de trás, bem atrás de mim. A bala atravessou o para-brisa e passou a menos de cinco centímetros da minha cabeça, bem nessa hora o Ribas colocou a cabeça entre os bancos da frente e o tiro acertou em cheio o rosto dele. Paramos a viatura, nisso os assaltantes se mandaram, vimos que o Ribas ainda estava com sinal de vida e seguimos para o hospital de Encruzilhada, que era o socorro mais próximo de onde estávamos. ZH – Que lição você tira de tudo isso? Bertolino – Quando vi o Ribas naquela situação, pensei nos meus dois filhos, pensei na minha família. Tenho 13 anos de profissão, iniciei como soldado da Brigada Militar sabendo dos riscos, mas nunca tinha visto a morte tão de perto. Estilhaços atingiram o meu olho e o meu braço, ainda vou ficar um tempo em recuperação, mas nem penso em abandonar a polícia. Penso em redobrar a atenção e seguir adiante.
(Página 30 -  ZERO HORA - com foto).

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