terça-feira, 3 de julho de 2012

PIRATINI DÁ AUTONOMIA AOS BOMBEIROS, MAS DESCARTA A SEPARAÇÃO

Ao descartar a possibilidade de separação entre Brigada Militar (BM) e Corpo de Bombeiros, o governo do Estado acenou com autonomia inédita para a corporação. Em projeto de lei anunciado ontem, em meio às comemorações do Dia do Bombeiro, abriu-se a porta para que os Bombeiros disponham de orçamento desvinculado da BM e de uma nova estrutura de formação profissional, agora exclusiva para a categoria. A estimativa é de que, em caso de aprovação da proposta pela Assembleia Legislativa, o valor disponível para gastos suba 30% já em 2013. A matéria deverá ir à Casa em agosto, para coincidir com a inauguração da nova sede dos Bombeiros, na Capital. As mudanças não significam, porém, que os Bombeiros percam o vínculo com a BM. A estrutura de hierarquia seguirá a mesma, e o discurso oficial das duas partes passa longe de ruptura. O comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Guido Pedroso de Melo, viu um grande e inédito avanço. “Teremos nossa independência administrativa e financeira”, diz. Melo considera “histórica” a mudança no processo de formação, que passará a ser feito por meio de um curso específico de bombeiro. Pelo método tradicional, o profissional entra como policial militar para depois fazer a especialização. O comandante também comemora outras medidas anunciadas, como a compra de 122 novas viaturas, aumento de 115% no valor das diárias e 700 promoções de praças e oficiais. As novidades ajudarão a melhorar um serviço já considerado “eficiente” pelo comandante-geral da BM, coronel Sérgio de Abreu. O que tornaria injustificada, ele explica, a necessidade de separação dos Bombeiros – assim como a discussão em torno  do tema. Mas o governo do Estado aponta dificuldades técnicas e operacionais como motivos para manter a corporação junto à BM. Chefe de gabinete e coordenador do grupo de trabalho relativo à reestruturação, Vinícius Wu estuda o tema desde junho de 2011. Segundo ele, faltariam aos Bombeiros corpo técnico, suporte e capacidades gerencial e administrativa. Daí o veredicto contrário à ruptura. “Seria arriscado e imprudente”, avalia Wu. Ainda conforme o governo, o novo modelo não deverá diminuir o orçamento da BM, pois a tendência natural é de valores maiores no próximo ano. Nem seria uma divisão disfarçada. De acordo com o tenente-coronel José Carlos Riccardi Guimarães, presidente da Associação dos Oficiais da BM, falar em separação é algo muito forte. Ele prefere outra definição para as medidas: “É uma adequação à realidade”.
(Zero Hora. 03/07/12. Capa e página 26 com foto).

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